Name: Intendente Insurgente
Address: PT

O projeto Intendente Insurgente nasce a partir da parceria entre a Livraria e a Biblioteca das Insurgentes e as MANAS, um grupo informal pertencente ao GAT (Grupo de Ativistas em Tratamentos). Através deste projeto, oferece-se uma formação profissional para as mulheres e as pessoas não-binárias que pertencem as grupo das MANAS, com o objetivo de que es destinatáries desta formação aprendam a trabalhar como livreires e bibliotecáries no projeto das Insurgentes.

Neste projeto, es destinatáries também participam em workshops criativos de produção de narrativas em formato de vídeo e de texto, bem como de edição de fanzines; participam também ativamente em feiras de livros e co-organizam eventos feministas e de angariação de fundos para o projeto.

O projecto do Intendente Insurgente recebeu o financiamento BIPZIP da Câmara Municipal de Lisboa. Duração: Outubro 2022 – Setembro 2023 (12 meses).

SAIBA MAIS

APOIE AS MANAS

Em 2021, as Manas e as Insurgentes encontraram-se graças à Sirigaita, que é a casa delas desde então. E deste encontro teve início uma parceria que caminhou bastante. A livraria e a biblioteca começaram a integrar uma das manas para trabalhar juntas e iniciaram a organizar workshops de escrita criativa dinamizadas pela poeta Chei, o qual resultou no primeiro número da fanzine das MANAS, “ Sonho e sobrevivências”.

E desta semente, nasceu o Projecto Intendente Insurgente.

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As MANAS são um grupo de apoio mútuo que se reúne todas as semanas na Sirigaita, onde levam a cabo sessões de formação, educação não-formal e práticas artísticas entre mulheres que experienciam diferentes vulnerabilidades, um grupo que existe desde começo de 2021. Integram o grupo mulheres sem-abrigo, mulheres com usos problemáticos de substâncias psicoativas, mulheres trans e pessoas não-binárias, ex-reclusas, trabalhadoras do sexo de rua, migrantes, incluindo mulheres em situação irregular no país e mulheres que vivem com VIH.

A Livraria e a Biblioteca das Insurgentes é um projeto feminista interseccional que divulga livros escritos por mulheres, pessoas não-binárias e oprimides pelo sistema cis-hetero-patriarcal.

O GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos promove a saúde, direitos, participação,

não-discriminação e defende o acesso fácil, equitativo e adaptado a serviços eficazes de prevenção, rastreio e tratamento do Vírus
da Imunodeficiência Humana (VIH) e de outras Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST), Hepatites Virais e Tuberculose, a pessoas que vivem ou viveram com estas infeções e suas consequências, homens que
fazem sexo com homens, pessoas que usam drogas, pessoas envolvidas em sexo comercial, migrantes, pessoas trans,

não-binárias ou em situação de sem-abrigo.

A Sirigaita é ainda uma ideia em construção, um lugar de ocupação partilhada entre vários coletivos e movimentos sociais. Autónoma e autogerida, a Sirigaita é uma associação que junta encontros de lutas, por forma a encurtar distâncias, de abrir espaços de convívio e apoio comum. Desde o mês de Janeiro 2021, este espaço é o ponto de encontro para as reuniões semanais das Manas (Grupo de Apoio Mútuo entre mulheres sobreviventes a múltiplas violências) e a casa da Biblioteca das Insurgentes.

Outros parceiros:

Workshops formativos para mulheres e pessoas não binárias que sobrevivem a múltiplas vulnerabilidades para se tornarem livreires e bibliotecáries insurgentes (6 bolsas de formação para 6 mulheres e pessoas não binárias do coletivo MANAS).

Workshop de pensamento criativo e de narrativas insurgentes, atividades que estimulem a prática criativa, como por exemplo oficinas de storytelling, de escrita criativa e de práticas lúdicas com recurso ao ensaio de monólogo e à utilização de recursos audiovisuais, que terá como resultado 3 fanzines, 1 podcast sobre o processo criativo co-criado entre destinátaries e dinamizadora, 1 vídeo de 30 minutos com gravação das histórias contadas peles destinatáries.

Workshop de edições insurgentes para aprender a usar ferramentas de elaboração e produção de fanzines e outras pequenas publicações independentes.

Participação em feiras e mercados, atividades que contribuem para a sustentabilidade do projeto e para a sua divulgação.

Organização de eventos feministas para criar momentos de festa e empoderamento entre todas as beneficiárias, entidades parceiras e público em geral.

Gabinete Porta Aberta com Assistente Social para promover a ligação aos cuidados de saúde e a melhoria das condições sociais – como o acesso à habitação e a direitos sociais – des beneficiáries do projeto e de outras mulheres e pessoas não-binárias que experienciam múltiplas vulnerabilidades e que poderão contar com a disponibilidade de uma assistente social do GAT.

Abertura da livraria e da biblioteca das Insurgentes para o público em geral com o fim de garantir a arrecadação de fundos e a sustentabilidade das Insurgentes e do projeto.

Bolsas de emprego para es destinatáries da formação para estagiar na Livraria e na Biblioteca das Insurgentes depois do fim da formação.

As ações formativas do projeto (isto é, a formação para se tornar livreire e bibliotecárie, os workshops criativos, a inserção na organização de eventos e na participação de feiras) visam a capacitação profissional de mulheres e pessoas não-binárias que sobrevivem a múltiplas vulnerabilidades e que trabalham ou vivem nos Anjos. As bolsas de formação, de emprego e de participação que es destinatáries recebem para frequentar as atividades mencionadas permitem criar oportunidades de integração no mercado de trabalho e a inclusãodes beneficiáries em trabalhos dignos. As atividades previstas incentivam a participação de grupos vulneráveis, aumentando o acesso a formação, literacia, saúde e serviço social, procurando reduzir desigualdades. Tenciona-se promover a inclusão social através da reconversão profissional dos grupos mais excluídos da sociedade e do mercado de trabalho formal. Desta maneira, as bolsas de formação, de emprego e de participação cultural permitirão a integração social, tendo em vista a autonomia pessoal e financeira des destinatáries que sofrem diversas vulnerabilidades socio-económicas, tais como empregos precários, falta de apoio familiar, carência económica, desemprego, baixa escolaridade e falta de formação/especialização profissional. A capacitação profissional des beneficiáries contribuirá assim ativamente para aumentar a empregabilidade do grupo. Durante o percurso formativo, as sessões semanais de acompanhamento com a assistente social, no âmbito da ligação a serviços sociais e de saúde, são atividades abertas para qualquer mulher ou pessoa não binária em situação de vulnerabilidade. Juntamente com as bolsas, esta ferramenta tem como intuito promover a igualdade de oportunidades e o combate a todas as formas de discriminação e pobreza, almejando a inclusão social des beneficiáries e a sensibilização da população em geral para o combate à violência e à desigualdade de género. As festas e os eventos são também um meio deempoderamento e inclusão social através da participação de todes es envolvides – destinatáries, entidades parceiras e do público em geral.

Além do percurso de capacitação profissional das mulheres e pessoas não-binárias do grupo MANAS, pretende-se contribuir para a implementação da livraria e da biblioteca comunitária, feminista e interseccional, incentivando a leitura e o conhecimento da literatura feminista entre os grupos mais vulneráveis que habitam ou trabalham nos Anjos e toda a comunidade do bairro.

No âmbito do projeto Intendente Insurgente, criou-se o manual para a formação teórico-prática para livreires e bibliotecáries insurgentes destinado a mulheres e pessoas não binárias que sobrevivem a múltiplas vulnerabilidades. Este manual é composto por conteúdos e ferramentas necessários à gestão do projeto das Insurgentes; cada sessão é composta por metodologias, dinâmicas de aprendizagem e avaliação de cada módulo, bem como sugestões de recursos a utilizar. As ferramentas e metodologias de educação não-formal serão adotadas com a restante equipa do projeto.

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